Casas de apostas no Brasil deverão ter um 2025 ainda de muita adaptação
Apesar de o Brasil ter iniciado no primeiro dia deste ano uma nova regulação para o mercado de apostas, com taxação muito mais pesada e exigências relacionadas a mais segurança de dados e valores dos clientes, os analistas do segmento acreditam que ainda prosseguirá uma certa indefinição por parte das operadoras, possivelmente com alguns ajustes por parte do Poder Público nos próximos 12 meses.
As movimentações do setor atraíram os olhos do planeta nos últimos meses do ano passado e ainda preocupam a muitas empresas do ramo de bookmakers. O Ministério da Fazenda do Brasil, através da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), concedeu 66 licenças de aprovação nos últimos dias de 2024, 14 delas plenas e 54 provisórias, para que as chamadas bets possam operar no gigante sul-americano. Várias casas ainda estão em fase final para providenciarem os documentos e realizarem as certificações necessárias para atuarem segundo as exigências do órgão regulador nacional.
MERCADO FLUIDO
Sócio da consultoria de tecnologia Circle Squared – que atua em parceria com muitas casas de apostas -, Clyde Harris acredita que em 2025 ainda haverá muitos embates jurídicos e questões mais espinhosas relacionadas ao setor. Na visão do especialista, o órgão regulador ainda precisará de mais tempo para resolver problemas e aplicar as regulamentações que o Governo Federal impôs.
“O Brasil terá um mercado muito fluido e o mercado ainda terá de se adequar e absorver melhor os impactos das movas regulamentações. Isto é praticamente inevitável, pois o País ainda está como na infância em termos de regras para os bookmakers”, enfatiza Harris.
Na análise dos agentes do setor não deve ser afastada a hipótese de surgirem regulamentações adicionais ou mudanças no que começou a vigorar no dia primeiro de janeiro deste ano. O Poder Público também tem de aprimorar seus órgãos de fiscalização e certificação para que tudo ocorra a contento no País.
IMPACTO SOBRE O CONTINENTE
A verdadeira revolução empreendida pelo governo brasileiro no trato com as bets, segundo Clyde Harris, não deverá ter impacto sobre outros países da América Latina. Ele acredita que outras nações, é claro, também farão mudanças em suas legislações, porém nada se compara ao que ocorre no maior país do continente.
“O Brasil é a décima maior economia do planeta em termos de Produto Interno Bruto (PIB) e uma população gigantesca. Antes mesmo das mudanças impostas pelo Governo já havia uma indústria de apostas bem estabelecida e em grande expansão. Por isso, o efeito da nova regulação brasileira dificilmente estimulará algo similar na região”, conclui.
